INTRODUÇÃO À LÓGICA DO HUMOR

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Editado em português com o que de melhor já foi escrito sobre comédia e humor. Garanta já o seu!

Não é tarefa simples entender do que a lógica do humor. Isso porque a lógica do humor nada tem a ver com a lógica do dia a dia que conhecemos. Ao contrário, a lógica da comédia caminha na direção oposta do bom senso. Ocorre que, desde criança, nossa educação se baseia na repressão de determinadas ideias e comportamentos. Segundo Freud: em primeiro lugar é reprimida a falta de sentido. Depois, é reprimida a fantasia. Por último, são reprimidos os pensamentos agressivos e a nossa sexualidade.Não por acaso, muito antes de Freud, a nossa evolução como espécie seguiu um roteiro muito parecido. À medida em que o homem passou a viver em sociedade, foi necessário civilizá-lo, reprimindo o seu comportamento “animal”. A cultura nos tornou quem somos hoje e isso é bom.Entretanto, quanto mais o homem se intelectualizava, mais valor se dava a razão e às ideias em detrimento de tudo o que estava ligado à intuição e ao corpo, que passou a ser reprimido. Essa repressão aumentou com o cristianismo, que transformou em pecados a sexualidade, os desejos e os pensamentos impuros, por mais humanos que eles fossem. Orgulho, vaidade, ciúme, inveja, desejo e raiva passaram a ser considerados sentimentos profanos.Da mesma forma, o riso foi reprimido na medida em que era associado a um descontrole corporal. A palavra humor deriva do latim e significa líquido. Na fisiologia, equivale à substância orgânica líquida ou semilíquida. Na anatomia, fala-se do humor aquoso, por exemplo, produzido no olho. Humores, portanto, eram todos os fluídos que saiam dos buracos do nosso corpo: das lágrimas aos excrementos.A história do riso é, igualmente, uma história de repressão porque as elites sempre ligaram o riso ao povo, ao popular e sempre temeram a desordem social que o riso poderia provocar em diversos momentos ao longo de nossa história. O riso já esteve ligado ao vulgar, à loucura e ao diabólico. Além disso, a risada foi sempre uma atitude malvista em determinados contextos. Rir de alguém é usualmente interpretado como zombar de outrem, portanto, uma atitude agressiva e depreciativa como prova o politicamente correto dos dias atuais.Tudo isso explica por que muitas pessoas são incapazes de fazer alguém rir, demoram tanto pra entender uma piada, tem dificuldade para visualizar um pensamento abstrato, são pouco criativas, vivem tensas e se estressam com facilidade. Existe um longo histórico de repressão ao riso e ao nosso lado irracional e animal.Acontece que a psicologia provou que reprimir nosso lado irracional, animal ou inconsciente — para usar um termo psicanalítico — é fonte de inúmeras doenças e neuroses. Segundo Freud, entretanto, tudo o que é reprimido não é eliminado. Pelo contrário, vai buscar refúgio em nosso inconsciente, que pode guiar nossas ações sem que nos demos conta disso. Carl Gustav Jung alertou que quando reprimimos o inconsciente, ao invés de tentar integrá-lo ao nosso pensamento consciente, o inconsciente reage de forma compensatória, às vezes com resultados catastróficos.Jamais deixaremos de ser animais e nossa mente inconsciente é muito mais ampla do que a nossa mente consciente. Para termos uma vida psicologicamente saudável, o ideal, portanto, não é reprimir e sim conhecer e integrar esses lados ao nosso lado racional e consciente. A chave para uma vida melhor é o autoconhecimento.Atualmente, a neurociência comprova o que a psicologia diz há mais de cem anos: o insight está ligado ao lado inconsciente de nossa psique e usa dos mesmos mecanismos que o riso. Portanto rir e fazer rir são sinais de inteligência privilegiada.Mas para rir e fazer rir é preciso se libertar da lógica limitante do senso comum e abrir a mente para o sonho, para o inconsciente e para o mundo às avessas da comédia. Esse livro tem como objetivo exatamente isso: destravar a sua criatividade e te ajudar a pensar fora da caixa, usando as ferramentas da comédia pra desenvolver um ponto de vista único e original.